Para inspirar os passos de todas as mulheres e gerar reflexão sobre o longo caminho percorrido

“A gente não faz ideia de como mudou até que a mudança tenha acontecido”
Anne Frank

O Dia Internacional da Mulher, a 8 de Março, comemorado desde 1909, foi o dia escolhido para celebrar as conquistas sociais, económicas e políticas das mulheres.
Este dia surgiu intimamente ligado ao movimento de contestação do proletariado feminino, num contexto de grandes lutas por igualdade de direitos, igualdade de género, para além da procura por melhores condições de trabalho.

Um pouco por todo o lado, surgem movimentos reivindicativos e desenha-se uma corrente de cariz nitidamente feminista que de forma organizada em associações, luta pela sua emancipação e igualdade.

As mulheres passaram da sua condição passiva na sociedade onde desempenhavam um papel subalterno, para um papel activo, defensoras de acções e argumentos, afirmando a sua identidade e autonomia.
Este despertar comportamental, revela-se de um significado notável, pela recusa das mulheres em serem consideradas parceiras menores, pela recusa do confinar das suas funções a um ambiente restrito, mostrando uma força inesperada pelas suas acções reivindicativas, desde o direito ao voto, a métodos contraceptivos. Elas procuram, organizadas em associações, resolver os seus problemas e participar na vida colectiva, e passo a passo ter um papel mais relevante.

O caminho tem sido longo e árduo, derrubando tabus, revolucionando tradições enraízadas em mentalidades apoiadas em códigos e proibições por parte do poder institucionalizado das diversas religiões.

Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história!
É importante lembrar, neste dia, que muitas das lutas de há muitos anos, que deram origem à causa, ainda persistem como a desigualdade de género, a violência contra as mulheres, e a diferença salarial.

Para inspirar os passos de todas as mulheres e gerar reflexão sobre o longo caminho percorrido, listamos algumas das conquistas alcançadas:

1867 - É concedido à mulher portuguesa o poder sobre os filhos.
1910 - Aprovada a lei do divórcio que permite à mulher portuguesa gozar dos mesmos direitos.
1911 - A mulher portuguesa conquista o acesso à função pública e à escolaridade obrigatória (dos 7 aos 11 anos).
1917 - Em 8 de Março 90 mil operárias participam no protesto “Pão e Paz “na Rússia.
1918 - Após anos de luta do movimento sufragista, as mulheres conquistam o direito ao voto em Inglaterra.
1945 - Carta das Nações Unidas reconhece igualdade de direitos entre homens e mulheres.
1960 - Criação e comercialização da pilula anticoncecional e início da libertação feminina.
1966 - Em Portugal a mulher casada pode exercer uma profissão liberal e dispor do seu salário, contudo o marido pode denunciar o contrato de trabalho.
1968 - Após anos de luta, a mulher portuguesa adquire a igualdade política e já pode votar, desde que saiba ler e escrever.
1974 - Conquistou-se a liberdade de pensamento e expressão. Acesso das mulheres a todos os cargos de carreira administrativa à carreira diplomática
e à magistratura. Reconhecidos direitos e deveres iguais para homens e mulheres, o direito à educação, cultura, saúde sem discriminação de sexo etnia ou religião.
2015 - Lei do Feminícidio que classifica o assassinato de mulheres por razões de condição de sexo feminino como crime hediondo
2018 - A lei passou a exigir às empresas que adoptem uma política remuneratória transparente “para trabalho igual, salário igual”
2019 - As alterações ao Código do Trabalho que consagram de forma expressa a proibição de discriminação em função do exercício de direito de parentalidade, incluindo nessa proibição, nomeadamente, discriminações remuneratórias relacionadas com a atribuição de prémios de assiduidade e produtividade, bem como afectações desfavoráveis em termos da progressão na carreira.